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BGS 2025: mais uma vez o dia foi salvo graças aos jogos indies brasileiros

  • Foto do escritor: Lucas Toso
    Lucas Toso
  • 10 de out.
  • 4 min de leitura
Açúcar, tempero br, tudo o que há de bom e Elemento X são o que fazem os joguinhos brasileiros muito mais crocantes
Açúcar, tempero br, tudo o que há de bom e Elemento X são o que fazem os joguinhos brasileiros muito mais crocantes

Mais um ano que vou pra BGS com a única e exclusiva intenção de visitar a área de jogos independentes brasileiros - e em 2025 as coisas foram mais positivas do que negativas, viu?!


O lugar da área indie ainda é totalmente escanteado e escondido? Sim! O preço pra estar ali ainda é absurdo, chegando a passar dos 10 mil reais por espaço? Sim também! Mas esse ano, pelo menos, tinha mais jogo de verdade do que jogo crypto e aberrações de inteligência artificial.


E também um claro esforço de trazer mais perto as instituições de ensino, tipo o Senac e a Fecap, com espaços gigantescos logo na entrada da área indie que acabaram até ajudando a esconder um pouco os demais jogos, e a Méliès, com um estande mais modesto, mas jogos excelentes como Marionetes.


Em linhas gerais, o evento pareceu estar menor que os últimos anos - mesmo a BGS afirmando que está maior - e as atrações AAA continuam sem graça - mas isso elas sempre foram. Como sempre a parte mais legal são os jogos e criadores brasileiros - imagina se rolasse mais espaço, visibilidade e menos preço pra eles?!


Vendo o caminho que a gamescom latam vem seguindo de afastar e piorar o espaço dos verdadeiros jogos independentes, seria um movimento inteligente pra BGS se reconectar com essa parte de seu evento... No mais, fica a nossa mensagem de sempre: apoie eventos independentes e descentralizados!


Agora, vamos aos jogos brasileiros que chamaram muito a minha atenção na Área Indie:



Primeiro jogo digital da Ex-Ignorantia - estúdio responsável pelos livros-sistema Nihilo e Ex Cogito (Mundo Invisível). Crow's Requiem é um RPG narrativo em que você é um coleto de corpos em um mundo quebrado após anos de uma pandemia de algo que não se sabe o que é.


Com artes brabíssimas feitas pelo Isaac Santos, Requiem se inspira em pedradas tipo Disco Elysium pra criar um mundo extremamente complexo e que responde às escolhas do jogador. Como você lida com a sua infecção e com a infecção do mundo altera as relações das facções presentes e do próprio ambiente.




Mais que um jogo, Soundgrass é uma experiência sensorial feita por um músico que teve uma ideia e aprendeu a modelar e programar pra colocar essa ideia no mundo. O Marcel ainda escreveu uma linha de música numa ecobag que me deu no evento - agora só me falta descobrir como ler isso!!!


Em Soundgrass você explora e interage com um mundo em que as plantas emitem um ruído, um som, uma música. Vemos uma nave alienígena, uma voz que fala com você e um mundo que parece vazio, mas que está cheio de segredos - e músicas. Perfeito pra jogar numa tela enorme, com tudo apagado e um fone foda!




Depois do belíssimo Lost Letter (jogo de viajar o mundo e encontrar segredos), a Candeia levou seu próximo título pra BGS: um tower defense em que você é uma guilhotina (alô franceses). Na verdade você é o deus egípcio Seth preso na forma de uma guilhotina e precisa de sangue pra voltar a sua verdadeira imagem e poder.


Seth Slays Everybody combina o caos do deus egípcio do caos, com o caos dos jogos de defender torre num caos imagético delicioso. E naquela pegadinha roguelike em que você vai melhorando suas bugigangas pra coletar cada vez mais sangue dos servos de Hórus.




Ciclico é uma mistura de exploração, combate e quebra-cabeças envolvendo o cenário num jogo com visual isométrico interessantíssimo de criaturas tecnologicamente modificadas, naves pontiagudas e grandes estruturas encravadas em pedras.


Também é tipo uma Chapeuzinho Vermelho encontra Alice no País das Maravilhas, porque você é um protagonista que está indo encontrar a sua avó e acaba caindo nesse mundo tecnológico distópico a beira da destruição. Bacaníssimo, apoie esse projeto que vem sendo feito por um desenvolvedor solo há seis anos!




A primeira coisa que o Feliciano me disse quando foi descrever Soulsworn foi "esse jogo só tem artes feitas por seres humanos" e ali ele já tinha me ganhado.


Soulsworn é um jogo de cartas meio tático que pode ser jogado de 1 a 4 jogadores. Você precisa combinar cartas de almas com centenas de fusões possíveis pra vencer as danações do inferno e ascender de volta.


Além das artes incríveis feitas por uma gama de artistas diferentes, o criador vem desenvolvendo o jogo com a comunidade de jogadores de cardgames, literalmente. Então se você for a alguma loja ou evento de jogos de cartas aqui em São Paulo capital e tiver um cara lá sentado com um notebook, teste Soulsworn e dê uma força pros devs.




Legacy of Pandora é um jogo de criar monstrinhos da mitologia grega, mas com uma virada legal inspirada em D&D. Cada pequena criatura pode evoluir pra diferentes versões baseadas em qual atributo você quer: se você quer virar um minotauro brutão, você sai descendo a porrada em geral e por aí vai.


Só que essas escolhas também moldam como o mundo do jogo vai interagir com você, então te orienta nas escolha aí patrão!



Fica aqui o salve também pra títulos já consagrados e outras iniciativas interessantes:

  • Hell Clock, da Rogue Snail, que recentemente recebeu investimento do Google Indie Fund e agora vai chegar ao mobiles;

  • Deep Dish Dungeon, da Behold Studios, estúdio responsável por Chroma Squad, Knights of Pen and Paper e Galaxy of Pen and Paper;

  • A.I.L.A., jogo novo da Pulsatrix (Fobia St Dinfna Hotel) em parceria com o youtuber MaxMRM, que apresentou uma nova demo assustadora no evento;

  • Bloodfang, o excelente e ambicioso RPG soulslike com um coelhão boladaço feito pelo Bruno Torrão e a equipe da Ignite Dreams

  • Caminhos de Triskel, ferramenta educativa que visa ajudar na percepção de depressão em alunos, feita pelo Instituto Alpha Lumen em parceria com a Universidade de Fortaleza e a Brown University de Boston



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